DINA VALÉRIO - OURO

"Conheço a Dina há pouco tempo e no entanto sinto que a conheco já razoavelmente bem. Isto só acontece quando, ao falarmos com alguém, sentimos que a sinceridade está presente desde o primeiro momento. É isso que sinto desde que nos cruzámos pela primeira vez nos estúdios da RTP, e sempre que trocámos, por escrito ou pessoalmente, algumas palavras.
Quando lhe pedi que me falasse dela, as que mais me tocaram e melhor a definem são sem dúvida sensibilidade, alma e coração. São elas que dão cor à voz da Dina, que a moldam, que lhe concedem a entrega com que canta, apesar de o fazer há ainda pouco tempo. Mas serão a sua sensibilidade, a sua alma e o seu coração que a poderão levar cada vez mais longe, porque o fado aprende-se a cantar mas o sentimento não se aprende.
Para usar as palavras dela, este seu primeiro trabalho, "Lágrimas Ocultas", retrata a forma como o fado lhe corre nas veias e liberta na sua voz as lágrimas ocultas do seu coração.
O tempo, o trabalho e o seu amor ao fado, farão sem dúvida com que todas essas lágrimas sejam em breve só lágrimas de felicidade".
Tózé Brito